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Transição de carreira: 5 lições da minha vida que talvez façam sentido para a sua

  • Foto do escritor: Morgana Alencar - Contenta Re-cordis
    Morgana Alencar - Contenta Re-cordis
  • 26 de out. de 2021
  • 8 min de leitura

Atualizado: 3 de dez. de 2021

Quero começar esse post com uma importante observação: talvez a minha história de transição de carreira seja totalmente diferente da sua. Na verdade, é bem provável que seja.

O que eu vou compartilhar aqui é apenas um resumo de como as coisas aconteceram comigo, algumas decisões que tomei e o resultado que estou tendo até o momento em que escrevo este artigo.


Quando iniciei meu processo de transição de carreira – quando eu sequer tinha consciência do que estava, de fato, acontecendo – nunca poderia prever que, 4 anos depois, estaria escrevendo um artigo no meu próprio site.


Então, senta aí, pega um cafezinho, que lá vem história.


Um overview da minha transição de carreira para você se situar


Eu sou de uma família bastante tradicional de São Luís do Maranhão, e sempre começo explicando minha trajetória com essa frase porque a compreendo como reflexo de muitas decisões que tomei.


Explicando: hoje as coisas estão mudando lentamente, mas na minha terra ainda é comum uma predileção por profissões mais "convencionais" como Medicina, Direito ou Engenharia.

Números nunca foram o meu forte, sangue muito menos (apenas em Grey's Anatomy) e gostava de estudar História e Literatura. Ou seja: uma futura profissional do Direito, eles pensaram.

E eu também pensei. Por um curto período de tempo, mas pensei.


Não foi preciso mais que algumas aulas para eu perceber que não era bem aquilo. Meu lado criativo permanecia adormecido durante a maioria das aulas, os códigos não me empolgavam e acho que você já deve ter entendido onde eu quero chegar.

Direito apenas não era para mim. Mas, como veremos no próximo tópico, as coisas não acontecem da noite para o dia.


Eu concluí minha graduação na UFMA (Universidade Federal do Maranhão), estagiei em lugares que adorei (eterna gratidão ao Núcleo de Defesa do Consumidor), conheci pessoas maravilhosas e ainda atuei como advogada por dois (longos) anos.


Transição de carreira: 5 lições pessoais que talvez façam sentido para você


1. O jogo pode mudar no meio do caminho

Eis aqui uma confissão: eu sou uma pessoa sonhadora e que assistiu mais comédias românticas do que deveria.


Consequência disso foi a primeira decisão que tomei assim que segurei meu currículo e OAB nas mãos pela primeira vez.


Eu estava determinada a ter minha própria cafeteria, exatamente como nos filmes parisienses, com tão (ou mais) romantismo quanto. Eu escreveria muitas prosas poéticas, tomaria várias xícaras de café durante o dia e conheceria clientes maravilhosos.


Claro que não poderia iniciar abrindo uma cafeteria – até porque nem condições financeiras eu tinha para isso –, então concluí que ser barista seria uma oportunidade de conhecer um pouco mais o mercado e mapear minhas oportunidades.


Mudei para São Paulo duas semanas após a colação de grau e uma semana depois estava trabalhando como barista júnior.


Aprendi a fazer cafés variados, reconheço o erro em uma vaporização de leite à distância, acumulei alguns certificados como barista e conheci clientes que viraram amigos.


Mas não era isso. Escrevi algumas prosas, sim, mas a (óbvia) realidade era correria.



Muitos cafés saindo ao mesmo tempo, canela em pó sendo despejada onde deveria ser pimenta cayena e alguns choques na máquina de fazer suco de laranja faziam parte do meu checklist diário.


Não demorou muito para que eu entendesse que não estava em um filme da sessão da tarde.

Saí do café, voltei para o Direito e escrevi meu primeiro livro nas horas vagas. A experiência como barista havia sido diferente do que previa, mas a inspiração com a mudança de cenário me rendeu minha primeira publicação quatro meses depois. Um Blend de Nós nasceu e foi lindo.


Eu deveria ter insistido mais na cafeteria? Nunca saberemos. Como eu disse, essa é apenas a minha versão dos fatos – bem jurídica ela –, a minha história, e a sua pode ser completamente diferente.


2. As coisas não acontecem do dia para a noite – e necessariamente como você pensou que seria

Essa é bem óbvia, não?

Como eu disse ali em cima, voltei para o Direito. Afinal, aos trancos e barrancos e entre idas e vindas, ainda foram 2 anos atuando como advogada.


Morei em uma república em São Paulo e até isso foi decisivo para eu estar onde estou hoje.

Foi assim que conheci Mariana, uma menina que cursava Publicidade e, sabendo que eu gostava de escrever, sugeriu que eu fizesse freela como redatora.


E foi assim, querida pessoa que me lê, que eu iniciei no maravilhoso Mundo do Marketing de Conteúdo.


Ainda trabalhando no escritório e após o nascimento de Um Blend de Nós, comecei a escrever alguns artigos sobre os assuntos mais diversos (e inusitados) que você possa imaginar.

Um dos mais diferentões e que sempre resgato em rodas de conversas foi um artigo sobre a limpeza de poços artesianos.


Nessa época, eu basicamente escrevia sobre o que me pediam. Uma agência me passava o briefing, eu pesquisava sobre o assunto e escrevia.


Meus ganhos estavam em torno de R$0.01 a R$0.03 por palavra escrita. Agora, considere que eu escrevia alguns vários artigos de 500 a 2.000 palavras. Não era muito, mas fazia diferença no final do mês.


Eu estava aprendendo, ganhando experiência, trabalhando com algo que gostava.

Talvez as coisas com você aconteçam ou tenham acontecido do dia para a noite, mas comigo não foi assim.


Demorou um pouco, mas uma hora as peças se encaixaram com tanta exatidão, que é impossível não ser grata pela Morgana do Passado, que valorizava cada palavrinha escrita, cada décimo de centavo conquistado.


3. Guarde os conselhos bons – e descarte os ruins

Lembra da amiga com quem morei na república em São Paulo? Ela segurou a minha mão nesse primeiro passo para a transição de carreira, mas não foi a única pessoa que fez isso.


Enquanto ela me deu a ideia de ser freelancer, um grande amigo, chamado Ícaro, me aconselhou a fazer alguns cursos de Marketing Digital da Rock Content.


Eu faço questão de citar o nome dessas pessoas porque elas foram essenciais nesse processo, me aconselharam com tranquilidade, sem pressão ou críticas; elas apenas perceberam que eu estava em um momento importante e compartilharam comigo bons – excelentes, na verdade – conselhos.


A dúvida se fazia presente em muitos dias da minha vida, principalmente quando decidi que precisava sair do escritório de advocacia e me dedicar exclusivamente ao Marketing de Conteúdo. Tive que deixar de lado uma renda importante e essa escolha foi tomada em um momento bastante crítico, mais ou menos 1 mês antes da pandemia ser uma realidade no Brasil.


De fevereiro a junho de 2020 eu basicamente estudava o dia inteiro. Lembrando o contexto em que estávamos, o foco em conseguir trabalhar com Marketing de Conteúdo preencheu o meu tempo de forma integral, quase como um refúgio mental.


Aqui preciso destacar os meus privilégios e o suporte familiar que recebia. Eu não poderia ter tomado essa decisão de sair do emprego se não tivesse o apoio financeiro e emocional da minha família.


Essa não é a realidade de muitos que vivem neste país. Por esse e outros fatores é sempre importante lembrar que nem todos os conselhos que ouvimos por aí são aplicáveis à nossa vida.

A gente aplica o que serve, o que cabe, o resto é melhor descartar.



4. F5 na caixa de entrada do e-mail

Nesse período, eu abria o e-mail com uma frequência bem pouco saudável. Com olhos e mente treinados, já pulava para o segundo parágrafo que costumava começar com o advérbio: infelizmente.


“Infelizmente, você não foi aprovada. Infelizmente, preferimos outro candidato com mais experiência. Infelizmente, dessa vez não foi possível."


Me lembro de um único e-mail que recebi e que encheu meu coração ansioso de esperança.

Eu não tinha sido aprovada e o “infelizmente” também estava ali, mas no parágrafo seguinte um toque de cuidado me comoveu.


O e-mail fazia uma singela ressalva no sentido de que, daquela vez, para aquele cargo, eles precisavam de alguém com experiência.

Não sei se foi minha necessidade de receber qualquer sinal positivo que fosse, mas concluí que nem toda vez a falta de experiência seria um fator eliminatório, nem sempre ela me faria perder uma oportunidade.


E de fato, não foi.

Depois de uma longa espera, muitos certificados de Marketing Digital e de Marketing de Conteúdo, alguns vários e-mails encaminhados e incontáveis “infelizmente”, finalmente recebi a minha tão sonhada aprovação.


Durante a minha aula de Yoga, feita pelo Youtube mesmo – hábito desenvolvido na pandemia –, me ligaram para informar que eu trabalharia em uma Agência de Inbound Marketing pela primeira vez.


Hoje já não trabalho na mesma empresa, mas o carinho que tenho pela pessoa que me deu essa notícia é gigantesco. Uma pessoa iluminada, uma pessoa da paz. Só posso agradecer ao Universo pela chance de cruzar com tantas pessoas assim.



5. Nem só de jornada do herói (e good vibes) vive uma estrategista de Marketing de Conteúdo

Talvez pareça que tudo foram – e são – flores, mas, deixando a jornada do herói um pouco de lado, eu sigo enfrentando meus desafios e minhas batalhas diárias.


A Síndrome da Impostora é uma realidade e eu preciso relembrar de todo esse percurso que contei até aqui para mandá-la embora nos dias em que questiono minha capacidade.


Algo que me ajudou muito foi o livro Clube da Luta Feminista, da autora Jessica Bennett. Uma leitura que super indico, esteja você passando por uma transição de carreira ou não.


Por mais óbvio que possa parecer agora, foi só com a leitura desse livro que percebi que ninguém iria valorizar meu trabalho se eu não o valorizasse.


Claro, nem todos os dias você se sentirá o donx do Mundo, mas nos dias em que esse gostinho surgir no café da manhã, aconselho você a guardá-lo com carinho, como bateria para os dias de nem tanta positividade assim.


Momento coach: você é capaz de realizar tudo aquilo que (verdadeiramente) deseja. E, quando descobrir isso, todas as outras pessoas descobrirão também.

E vou te falar mais: sigo sendo sonhadora.


As comédias românticas, os cafés parisienses, as prosas e os estranhos na rua me ajudam a sonhar. Sonhar, no fim, faz sentido para mim.

Encontre o que faz sentido para você e descubra sua própria forma de escrever (e contar) sua história.





Transição de carreira: como fazer?


Misture 1kg de coragem, 500g de apoio de bons amigos e familiares que não desistem de você (mesmo nos dias em que você desiste), o tempo que concluir ser necessário com a realização de cursos e certificados, boas páginas de bons livros e uma dose caprichada de esperança.


Como disse em vários momentos aqui, a transição de carreira é um processo seu e eu não ousaria dizer como você deve ou não fazê-lo.


A minha experiência foi bastante intuitiva e respeitando meu próprio tempo. Não posso deixar de reconhecer meus privilégios e o apoio de uma família que sempre esteve ao meu lado.


Certa vez eu ouvi algo como: você não está iniciando do zero porque a bagagem da sua outra profissão vem junto. Não lembro quem disse, mas sei que me senti um pouco mais tranquila ao pensar dessa forma.


Busque ensinamentos com profissionais, em livros e histórias de pessoas que possuam uma realidade mais próxima da sua. Você não precisa estar sozinho(a) nesse momento. Há muitas pessoas que podem contribuir positivamente com o seu processo.


Vale dizer que a palavra final sempre caberá a você, que deve se manter em busca de autoconhecimento, pois quanto mais entender aquilo que deseja e suas motivações, mais difícil será deixar de lado o que realmente importa.


E para você que está vivenciando a transição de carreira neste momento, deixo abaixo uma música que trazia um pouco mais de sentido para os meus dias difíceis.



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